domingo, 3 de outubro de 2010
ProEA inicia nova formação em educação ambiental com professores da rede de ensino
O ProEA está iniciando nova formação em educação ambiental com professores da rede pública de ensino do Rio Grande - RS - Brasil.
A formação é composta de encontros teóricos, na sala do programa, no armazém A5, do Porto, e saídas de campo.
Acima, imagens do encontro ocorrido dia 1º de outubro, onde os professores sistematizaram suas observação da saída de campo, conforme dados abaixo:
ANOTAÇÕES DAS OBSERVAÇÕES FEITAS NA SAÍDA DE CAMPO em 17/09/2010:
INTEGRANTES DO GRUPO 1:
Maria da Graça Marques – EMEF Profª Wanda Rocha Martins
Carmen Ballester – EMEF Profª Wanda Rocha Martins
Jane Luiza Coelho – EEEM Roberto Bastos Tellechea
Eleida Mariza Rodrigues Gomes – EEEM Brig. José da Silva Paes
DATA SAÍDA: 17/09/2010
LOCAL: BGV, Vila Sta. Teresa, Vila Mangueira e Barra
ANOTAÇÕES CONSIDERANDO OS SEGUINTES ASPECTOS:
mudança na paisagem até o local visitado;
primeira impressão: o que viu? Sentiu? Pensou?
O que vocês mais viram no local visitado?
Que cheiros sentiram?
Que sons ouviram?
O que mais impressionou ao grupo?
O que poderia ser diferente?
Outras observações:
Saindo do Porto até chegarmos ao BGV observamos que a paisagem sofreu muitas modificações, por exemplo: no centro as ruas são asfaltadas, muito trânsito de pessoas e carros, muito comércio e serviços em geral. Nesta área há um acúmulo de residências com boa infra-estrutura. Já no BGV ocorre exatamente o oposto as pessoas sofrem com o descaso do poder público que não cumpre com sua obrigação, de dar o mínimo de condições de sobrevivência para a população mais carente. Sentimos muita tristeza em ver seres humanos vivendo no meio de lixo e esgoto a céu aberto. As ruas são desorganizadas, o mau cheiro é intenso, e muita pobreza ao redor. A maioria das moradias são posses e essas pessoas estão removidas para outros lugares devido ao projeto de expansão do Porto.
O crescimento das indústrias, que geram empregos e desenvolvimento para a região, trouxe também muita população. As fumaças lançadas pelas chaminés das fábricas é uma vergonha, poluem o ambiente a sua volta e arredores, pois a poluição é levada pelo vento que predomina na nossa região até bairros bem distantes. Além do ar as águas sofrem com os resíduos químicos e esgotos lançados sem nenhum tratamento na laguna dos Patos e Saco da Mangueira prejudicando a sobrevivência dos pescadores artesanais que vivem da pesca nesta área e causando doenças com o mau cheiro intenso.
Pensamos que os órgãos responsáveis pelo bem estar do meio ambiente deveriam agir com mais rigor e obrigar as indústrias a poluírem menos.
Em todos os locais visitados observamos sempre muita quantidade de lixo. Inclusive na barra um garoto jogava na água muitas garrafas pet. Essa criança precisa de educação ambiental, pois se soubesse o dano que causa essa atitude ao meio ambiente, certamente não o faria. Falta de saneamento básico, falta de área para lazer. Muitos jovens pelas esquinas sem ocupação. Não há valorização na região da Laguna, área que deveria ser explorada com sustentabilidade para a população local.
Tudo poderia ser diferente se o poder público investisse realmente em políticas voltadas para a sociedade, principalmente para as menos favorecidas. Que lembrassem das comunidades que vivem em precárias condições não só na época de querer o seu voto. Nas campanhas públicas todos temos direitos iguais, mas depois esquecem disso.
--------
GRUPO 2:
Aline Pinto Amorim – CE Lemos Junior
Marilda Senna Alvarez – CE Lemos Junior
Marcia Regina Xavier Marques – CM São Francisco
Claudia Simone de Figueiredo Batista – EMEF Dr. Roque Aita
Ector Popiorek – CE Lemos Junior
1 Uma das principais questões que nos chamou atenção durante a saída realizada foi o grande contraste que percebemos nas localidades visitadas. Logo no início saímos da área central e em poucos minutos chegamos a uma área favelizada, sem condições de saneamento e moradias, encostados no muro do Porto. Atrás deste muro havia muitos carros, e tratando a riqueza e a pobreza na cidade.
Percebemos cheiros de esgoto misturando-se ao cheiro da comida e a falta de condições de lazer, sendo que vimos crianças jogando bola na rua e adolescentes nas esquinas.
Nas demais áreas visitadas já não sentimos os cheiros com tanta intensidade, pois o vento colabora para espalhar. Porém, visualizamos a poluição dos canos das casas liberando diretamente no chão os seus dejetos.
Percebemos em todas as áreas a desigualdade social evidenciado e refletimos sobre o crescimento e expansão que estão sendo exaltados na nossa cidade atualmente.
Que desenvolvimento é este? Que planejamento está sendo realizado? ...
---------
GRUPO 3:
Juliana Bolera Lemos – EEEM Silva Gama
Flora – EEEF Ernesto Pedroso
Adriane Abreu Duraisti – EEEM Silva Paes
João Carlos Geitems – EEEM Tellechea
Introdução:
O presente relato faz parte da primeira saída de campo do Curso de formação de professores em Educação ambiental, ou melhor dizendo em educação, cidadania e política.
Desta maneira, através de um passeio por alguns bairros da cidade do Rio Grande foi possível observar os diferentes contextos, características, curiosidades, culturas e hábitos das pessoas que ali habitam.
Sendo assim, é importante salientar que os pesquisadores/professores são leigos neste assunto, mas é esta a única maneira de conseguir se posicionar e debater indo a campo e sentindo na pele o que essas comunidades vivem e passam.
Ponto 1 – Porto Novo:
É relevante a importância do porto para a ossa cidade, tanto para importação quanto para exportação. Mas o que se vê ao dobrar qualquer esquina para dentro de um bairro é a desigualdade gritante que existe da riqueza do porto para a pobreza do bairro.
Ao chegarmos a curiosidade das pessoas era latente, achavam que éramos turistas, que ironia né? Somos riograndinos, só não conhecíamos a realidade nua e crua.
Contudo, o que mais marcou foi uma placa em uma casa que dizia: “vende-se marmitex, picolé e sacolé e lava-se roupas para fora”, isso nos leva a pensar o que não se faz para sobreviver, ou melhor, se tiver que fazer de tudo um pouco para viver melhor se faz.
Ponto 2 – Muro (Limite do Porto e BGV):
A entrada já foi conturbada, a rua estava fechada e em obras da Corsan. Na rua Saul Porto 125 uma frase pintada com têmpera em uma placa de madeira nos chamou a atenção: “JESUS SALVA O PECADOR”.
Uma rua e um paredão dividindo os cidadãos, de um lado o rico complexo do Porto e de outro a miséria de uma super população. De um lado os becos e os barracos de madeira e na outra quadra casas de material.
O cedro é um bairro muito populoso, que não possui esgoto e tem muito lixo. Ele se localiza do lado do centro da cidade por isso é bem barulhento, carros, ônibus, buzinas e griteiros.
Os atores sociais são na maioria os jovens, crianças que se divertem e jogam no meio da rua e a gurizada adolescente que fica nas esquinas.
Ponto 3 – Santa Tereza:
O que mais nos chamou a atenção foi um posto policial depredado, sem teto e parede com um PM lá dentro com uma moto, como se pudesse ajudar de alguma forma.
A Santa Tereza é um bairro considerado de classe média baixa, o que condiz com as casas e com os moradores, que são super educados. Como um dos atores um pescador artesanal de mais ou menos 55 anos que nos relatou sua experiência dos meses que a P53 (plataforma petrolífera) estava em Rio Grande despejando todo o seu esgoto na praia, o qual contaminou a água e prejudicou a pesca do local.
E por último um depósito velho de adubo (fertilizante) que está sendo desmanchado e está contaminado, bem perto do trapiche que possui muita sujeira. Sendo assim, é um bairro com características bem nobres, mas com pouco suporte para se manter.
Ponto 4 – Mangueira:
Na entrada ficamos chocados quando soubemos que “aqueles paus amarelos eram a linha de passagem dos dutos da Petrobrás”, o que além de fazer mal para os moradores, ainda coloca toda uma região em risco. Sem deixar de falar no cheiro forte das empresas que ficam bem ali atrás.
E um bairro que vai ser todo retirado daquela área, porque é todo de ocupação. Tem características de cidade rural, possui terras espaçosas e campos grandes, comunidade com poucas pessoas, estas acanhadas e tímidas. De um lado a pobreza com casebres, de outro a riqueza com televisão de plasma, Sky (antena) e carros de luxo.
Ponto 5 – Resíduo industrial:
As emissões de resíduos é fortíssima, o cheiro de amônia e chuva ácida torna a respiração mais profunda e ardorosa, isso tudo misturado a muita névoa, poeira e fumaça.
Sendo assim, a paisagem é chocante, a grama e as árvores não tem cor, ou melhor, são queimadas e acinzentadas devido a “todo o pólo petroquímico”, que contém diferentes tipos de fábricas e indústrias.
Os atores sociais que ali transitam é maioria de homens e esta população é flutuante, quase todos trabalhadores que sofrem com os efeitos da poluição como: queda de cabelo, doenças respiratórias, problema de visão, fadigas, falta de concentração entre outros.
Ponto 6 – Dique seco:
Um dos pontos que mais marcaram a nossa saída foi aquele morro gigantesco de areia e a poeria dos caminhões que acarretam numa secura em extremo. Foram retiradas 22 famílias dali, mas 6 ainda residem no dique porque alegam, isso relatado por uma moradora de 22 anos que a zona é boa para a pesca com botes pequenos.
O bairro não tem energia elétrica e nem tratamento de água, mas mesmo assim as pessoas afirmam que não vão sair dali de jeito nenhum, até porque o Movimento nacional de luta pela moradia é muito forte em Rio Grande e dá um auxílio para eles.
Ponto 7 – Barrinha:
É a Barra Nova, conhecida como “Rocinha”. O bairro é todo de ocupação, tem uma rua e péssimas condições de moradia, com esgoto a céu aberto e muitas valetas.
Ponto 8 – Barra:
Como característica principal tem o cheiro da maresia, praia e pescaria. Tem muita organização tanto na pesca como na venda do pescado, com armazéns na saída do trapiche a beira mar. Os pescadores usam embarcações maiores, pois a pesca já é industrial.
É uma comunidade mais afastada da cidade, bem fechada e considerada uma zona rural, que com certeza existe pobreza, mas miséria não. Possui uma rua principal e uma prainha, o que já é o suficiente para ser um dos bairros mais bonitos da cidade.
Conclusão:
Nota-se que Rio Grande cresceu de uma maneira desordenada e não planejada. Desta forma, torna-se imprescindível uma maior preocupação da população em geral com a “sustentabilidade”, ou seja, uma gestão ambiental, maior responsabilidade e mais educação para as crianças e jovens. Só esta será a saída para um futuro melhor e com qualidade de vida.
Desta forma, pontuamos todos os bairros igualmente, com 1 ponto. Embora sendo um bairro totalmente diferente do outro, eles possuem as mesmas deficiências e problemáticas, os mesmos pontos positivos e negativos quando se fala em falta de cuidado consigo, com os outros e com a natureza, com a falta de responsabilidade social das empresas e da desigualdade, que são alguns dos fatores que acarretam as mudanças ambientais globais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário